Os gays e sua Divas a serviço da tolerância.

Impressionante essa relação entre os gays e suas divas. Alguns entendem que, trabalhar, ter uma vida normal e se preocupar com seus interesses de vida ou seja, futuro, não impede de serem apaixonados por elas ou de apreciar suas obras. Na contra-partida, outros fazem apenas isto, gastam seus salários e o único motivo para se orgulharem são suas coleções abundantes e paredes talhadas de corte de jornais, e partem pra baixaria quando alguém fala mal ou faz uma piada com as tantas estrelas, princesas e rainhas espalhadas pela industria fonográfica. Porem, apenas alguns entendem de fato que não se trata de apenas uma inútil idolatria, mas ha um contexto histórico permanente de luta e rejeição destas estrelas que vou mostrar nas linhas abaixo. Confira:

A partir da década de 1930 até os anos 60, a protagonista adorada era Judy Garland, diva que também já havia sofrido com homens horríveis, mas sempre foi capaz de se levantar através de sua música , e sua voz cada vez mais impactante enquanto a idade se avançava. Seu ponto alto foi com a musica "Over The Rainbow", musica esta em que ela quis propositalmente agradar seus seguidores "coloridos" fazendo apologia dizendo "Em algum lugar, acima do arco-íris, os céus são azuis
                            E os sonhos que você se atreve a sonhar,
                            realmente tornam-se realidade".

Em 1969 , ela deixou seus fãs desamparados e cheios de angustia , faleceu apenas alguns dias antes da rebelião de Stonewall que mudou a face da cultura gay ate os dias de hoje. Mas havia um lado positivo , acredite ou não . Enquanto alguns historiadores afirmam que a morte de Judy não tinha nada a ver com rebelião de Stonewall  (Video), a realidade é que cada revolução tem seus subtextos e como resultado Judy não é apenas um ícone gay, ela se tornou a santa padroeira da igualdade e de direitos. Posteriormente, sua filha Liza Minnelli seguiria a mesma mensagem a frente de seus feitos.

Na mesma linha porem mais moderna, em meados dos anos 70 como uma disco diva sexy e com um público gay enorme, Donna Summer era a voz do hedonismo reinante LGBT . Porem, Donna não manteve a linha por muito tempo. Nos anos 80, Donna disse que a Aids era um castigo de Deus e que "Deus criou Adão e Eva , e não Adão e Steve". A cantora negou resolutamente os comentários, mas ainda há gays que param de dançar sempre que "Hot stuff " toca nas pistas, e isso e serio.

Mas então veio a Madonna pró- gay, que estava totalmente no comando, uma criatura sem vulnerabilidade ou medo. Ela era a anti- Judy, o ícone perfeito para a era da AIDS. Madonna sabia a importância do apoio gay jogando para cima tudo aquilo que a sociedade entendia como abominável.
Madonna mesmo com talento e um rotulo próprio dela sem copias no mercado a 30 e poucos anos, se perdeu em sua "defesa" aos gays quando defendeu Eminem em 2001 - alegando que a sua obra não era homofóbica - e que parecia que ela estava desesperada em querer agradar novos públicos. Ela decepcionou  o publico gay, os dois, os ocupados e desocupados, mas felizmente ressurgiu para beijar Britney e Christina no Video Music Awards 2003, e mais tarde para vestir uma roupa de escoteiro para defender os direitos LGBT em uma premiação americana famosa.

Lady Gaga tem provado ser uma grande aliada, com uma mensagem de aceitação que é atraído aos gays de onde brota seu exército de Little Monsters, que se diferencia do exercito de Madonna porque se trata de Meninos e Meninas mais jovens. Rotineiramente celebrando os oprimidos , Gaga tem ajudado muitos adolescentes a saírem do armário - e com grandes ferramentas para isso. Além do mais, enquanto Madonna fez muitos dos seus pontos através de insinuações, Gaga tem feito isso pelo seu vocal, pioneira de uma nova era em que as figuras públicas dizem o que pensam com um grande ponto final e sem torturas. Ela apoia o casamento gay. Mostra disso, sua canção "Born This Way ", particularmente a melhor dela.

Impossível não falar de Cher, fabulosamente pre-histórica e com um semblante cansado, a Diva ainda consegue arrematar a atenção quando publica seus pensamentos em redes sociais ou recentemente ao lançar seu ultimo disco "Closer To The Truth", ainda que bom porem sem aquele sucesso de anos atras.
Cher não decepciona, ela amarra sua voz com aquele acorde de camaleão que quem não sabe que e ela se assusta quando descobre que a voz ainda e dela. Cher nos últimos anos passou por uma revelação homossexual em sua família. Sua filha Chaz se assumiu gay, não apenas isto, mudou de sexo. Cher sendo sempre uma defensora dos gays com certeza pensou: "Ou Deus, estou pagando? E isto?".
Ela não conteve e se manifestou contra a decisão da filha, deixando assim muitos fãs desanimados, sem entender a o que eles estavam adorando, a uma mulher que sabia o que defendia e vendia ou a um produto em si. Apenas com o tempo Cher veio a publico manifestar apoio a filha.

O que fica na duvida de muitos e se elas defendem mesmo ou se apenas vendem este produto que, alem de serem adoradas sabem que seus consumidores são de minorias e que sem estes elas não seriam nada.
Importante ressaltar que seja Madonna, Britney, Gaga, Cher ou qualquer uma delas, o que importa e prestar a atenção na mensagem, no toque de revolução, cantar e ouvir o que muitos não puderam a alguns anos atras. Sem desmerecer essa ou aquela, eu sei que os Gays tem suas divas, uns ate tem uma certa necessidade de ser uma delas, mas seja qual for a "sua Diva", use essa devoção e o produto para mostrar que hoje sim, hoje pode, hoje seja famoso ou não a mensagem de "não tolerar a intolerância" não e apenas moda e sim uma questão social e de uma nova era, na musica, nos videos, na cotidiano.
Sempre haverão divas dispostas a empurrar ouvido abaixo aquilo que muitos não querem ouvir.